Com as notícias sobre demissões em massa, oscilações econômicas e incertezas globais cada vez mais frequentes, manter a tranquilidade virou um verdadeiro desafio. Tarifas sobem e descem sem aviso, bolsas de valores despencam, e até empregos tidos como estáveis já não oferecem segurança. No meio de tudo isso, ainda há a vida pessoal — que não dá trégua.
É nesse cenário de incerteza constante que a psicóloga clínica Hillary Ammon, do Center for Anxiety & Women’s Emotional Wellness, compartilha sua experiência. “Isso surge em quase todas as sessões de terapia ultimamente, e é algo com o qual estou lidando na minha vida pessoal agora”, afirma.
Se esconder e fingir que está tudo bem pode parecer tentador, mas não resolve o problema. “Todos nós precisamos aprender a viver com incertezas, mas isso não significa que seja fácil”, explica Thea Gallagher, professora associada clínica da NYU Langone Health e coapresentadora do podcast Mind in View. E quando parece que todos estão lidando melhor com o caos do que você, é importante lembrar: nem mesmo os terapeutas estão imunes à pressão.
Em vez de tentar fugir da ansiedade provocada pelas incertezas, a Dra. Ammon propõe um caminho diferente. “Sempre que percebo que estou obcecada com uma preocupação, paro e a reconheço. Então, fico com ela por um momento. Tento não empurrar os pensamentos ou sentimentos para longe”, conta. Segundo ela, esse pequeno gesto abre espaço mental para refletir sobre o que realmente está incomodando, evitando que a tentativa de ignorar o problema o torne ainda mais intenso.
A partir daí, o foco deve ser direcionado ao que se pode controlar. Listar as preocupações e identificar quais delas estão ao seu alcance ajuda a redirecionar a energia mental. “Ao encontrar esse equilíbrio, você está dizendo ao seu cérebro que consegue tolerar a incerteza e confiar no seu eu do futuro para lidar com os possíveis desdobramentos que te preocupam”, explica.
Outro recurso poderoso — e simples — é sair para caminhar. Diante do caos, a Dra. Gallagher adotou o hábito de caminhar com frequência. “Não fico com o celular na mão e não ouço música. Apenas me conecto, observo e fico com meus pensamentos. Pode ser algo muito poderoso”, diz. Para ela, estar presente durante o passeio, respirando de forma consciente e prestando atenção ao ambiente ao redor, tem efeito direto na redução da ansiedade. “Sintonizar com os sentidos pode ser uma ótima forma de se ancorar no agora e se afastar das preocupações com o que pode acontecer no futuro.”
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